RESENHA LIVRO
ZERO DE ESCRÚPULO
O escritor australiano Max Barry faz uma projeção nada animadora sobre um futuro bem próximo, onde a soberania das nações está sob o comando do mercado de capital. Nada mais importa: leis, qualidade de vida e bem estar social deram lugar ao lucro, à corrupção e à violência. Quem determina se a vida de adolescentes vale mais que um par de tênis é o departamento de marketing.
Hack Nike namora Violet, que está sem sobrenome - no futuro de Barry só tem sobrenome quem tem carteira assinada.
Essa ficção politicamente incorreta conta a história de Hack, funcionário subalterno do setor de Merchandising que entra em uma montanha russa absurda depois de aceitar uma promoção na empresa. Ele foi contratado para matar consumidores em nome do bom desempenho das vendas.
A ação se desenrola nos Territórios Australianos dos Estados Unidos, onde Hack assina contrato com John Nike e John Nike - executivos do poderoso Departamento de Marketing da empresa. A proposta era simples: espalhada a (falsa) notícia que um novo modelo de tênis seria lançado com pouquíssimas unidades disponíveis, nosso anti-herói teria que matar (pelo menos) uns dez garotos para provocar a euforia consumista planejada pela dupla.
Hack chegou a procurar a Polícia, que terceirizou o serviço(!) e resolveu a 'parada' sem pestanejar - no futuro a verba de segurança será apenas para prevenir, investigações ficam por conta da família da vítima.
Seria perfeito(!) e eles encheriam ainda mais o 'rabo' de dinheiro se não topassem com a agente Jennifer Governo, última esperança de alguma honestidade dentro desse 'Sistema'...
Perseguições internacionais, assassinatos, vírus de computador, boneca Barbie e códigos de barras como tatuagem são detalhes desse ‘triler’ perfeitamente verossímil.
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. www.maxbarry.com
. Versão original: Jennifer Government, 2003
. Edição Brasil: EU S/A, 2005 – Editora Record
. Ficção, 349 páginas